12/07/2009

Gitanos




Pra quem costuma vir aqui me visitar, peço uma licença pra fazer esse texto-homenagem ao flamenco, às minhas professoras e amigos de baile.


Não me lembro bem como foi que isso começou. Lembro de um dia acordar e colocar na minha lista de coisas a fazer: "procurar uma escola de flamenco". Eu já conhecia a arte mas até então não tinha como objetivo fazer parte dela. Dois dias depois eu estava fazendo a aula teste e algumas "plantas e golpes" depois, pensei comigo: eu pertenço a esse universo. Foi assim que eu achei o CAF (Centro de Arte Flamenca) e conheci minha primeira professora, mestra, bailaora completa, a Lu Garcia. Linda e talentosa, com uma história de vida que logo me comoveu e trouxe afinidade imediata, gerada pelas coincidências da vida.


O primeiro espetáculo, Faces, foi mais do que suficiente pra saber que eu queria muito aprender mais e mais e que eu já estava contagiada pela magia do flamenco. Subir ao palco não foi das coisas mais fáceis, mas depois deu aquela sensação de "consegui", acho que deve ser igual a de quem salta de pára-quedas, ou tenta superar os medos praticando algum desses esportes radicais. O frio na barriga é de congelar, acredite.


O clima e a energia dos bastidores é algo inexplicável, uma adrenalina meio doida, tensão com medo do palco e de errar a coreografia, entusiasmo com a movimentação de músicos, técnicos, professores, diretores, todos enlouquecidos porque alguma coisa (ou várias) sempre dá errado.


Mas pra mim, o momento mais bacana é dos preparativos no camarim, quando estamos nos arrumando para a apresentação. A quantidade de maquiagens, sprays, escovas e acessórios é um verdadeiro arsenal de guerra. Ajudas mútuas pra entrar na roupa, corrigir a maquiagem, colocar os cílios postiços, ajeitar o cabelo e de quebra um conserto de última hora no figurino, que ficou pronto aos 45 do segundo tempo e ainda deu defeito. Respira.... respira... sempre tem uma santa com um kit de agulha e linha. Esse ano foi a Desiree. Obrigada!

Resolvi ainda me aventurar na castanhola e aí vi que é possível sair do nível “Sem-Noção 1” para o “Sem-Noção 2”. Calma, não é impossível, mas estudar e praticar um pouquinho por dia ajuda e faz bem. Como meu tempo fora das aulas fica dedicado a outras mil coisas, acho que ainda preciso de mais aulas e da paciência das minhas mestras. Primeiro da Lili, queridíssima, com quem dancei minha primeira sevillana com castanhola, e que nesse ano participou da segunda, dessa vez cortejando a Ana Paula. A Ana será um parágrafo a parte.



Quando a Lu comunicou a turma de que mudaríamos de professora (a Ana), primeiro o silêncio, depois as manifestações... havíamos ouvido os rumores da sua personalidade difícil e conduta exigente. Entre dúvidas e questionamentos, eu só sabia que o flamenco era o meu refúgio, o lugar onde eu conseguia parar de pensar no mundo lá fora e me dedicar apenas a mim mesma naqueles 60 minutos, e eu não queria perder isso.

Posso dizer que o curso de abanico foi meu test drive com a Ana e percebi que aquela bailaora tinha muito a oferecer. Chance dada, as aulas se tornaram desafios e um mergulho ainda mais fundo na arte que eu havia escolhido anos atrás. O flamenco passou a ter uma importância maior pra mim e a cada aula a Ana deixava sua paixão nos contagiar ainda mais.

Sim, a conduta exigente em suas aulas ainda estava lá, o temperamento, por vezes tempestivo(!!), também. Mas a “figura carrasca” (palavras dela), havia ido embora, e dado lugar para uma mulher, em fase de crescimento contínuo, pessoal e profissional, mas sem dúvida mais madura, permitindo que seus alunos pudessem ver através do seu trabalho a sua imensa competência e uma bailaora excepcional. Que bom que eu fiquei pra ver isso e me beneficiar do seu talento. Ana, obrigada por me ensinar!

O flamenco ainda me trouxe amigos novos. Amigos que me encorajaram quando a rotina me consumia e eu quase desisti, que passaram a coreografia perdida pela falta inevitável e que me ajudaram a acertar aqueles detalhes. Ulla e Fê, um beijo especial pra vocês.

Fico por aqui, até o próximo espetáculo.

Besos!



11/08/2009

Contagem regressiva

Oi,
Essa foto que coloquei na abertura do post foi tirada em setembro, na última vez que vi o Miguel. Ele tá uma coisa insuportável de fofa e já fala algumas palavras com perfeição: mamãe, papai, bola (essa é universal) e bunda, acho que essa é por conta das ameaças da Camila pra ele se comportar.
Tenho visto pouco a minha família, por causa da correria do trabalho, que está ficando cada vez mais alucinante, mas muito bacana! A empresa de Organização de Ambientes, a Inside Organizer, vai super bem e estamos cheias de planos, que mal damos conta de botar no papel.
Estou em falta com os amigos também, pois foi aniversário da Clara e teve até um brunch, que eu adoroooooooo, mas não deu pra ir. Além disso, o Vitório já chegou e nem pude ver o moleque, que já deve estar um touro e deixando a San e o Léo acabados!!!!!!! Prometo em breve fazer uma maratona São Paulo Amigos e tirar o atraso das visitas.
A Ambientale também está no mesmo ritmo e acho que nos próximos dias perderemos o título
de Sem Teto. Daí virá uma nova correria. Essa foi uma novela a parte, porque a imobiliária é das piores e cada vez que eu ligava para saber como estava o processo de aluguel da sala, acabava descobrindo que estava faltando alguma coisa e tinha que providenciar o documento. E se eu não tivesse ligado? Por que algumas coisas não funcionam como deveriam? Eu sofro quando tenho um prazo pra cumprir, um trabalho pra terminar, e não entendo quando me deparo com o contrário. Como diz o Kito, "é um deserto lá fora". Mas não podia ser assim e não queria ter que me contentar pensando que poderia ser pior.
Bom, desabafo a parte, espero voltar aqui no próximo post com as fotos do escritório novo.
Somado a tudo isso, é impressionante como o furacão do final de ano vai tomando forma nessa época e tudo vai te engolindo. As lojas já estão decoradas para o Natal e os ensaios do festival da escola de flamenco já começam na semana que vem. Mais correria. Já repararam como nessa época fica difícil encontrar um dia para conciliar as agendas das pessoas e a quantidade de confranternizações que gostaríamos de participar não é nem metade das que realmente iremos conseguir estar presentes?? Além disso, o reveillon já tem que estar agilizado.
Eu sei que já escrevi um post aqui com o tema da falta de tempo, mas não te parece que entramos em uma espécie de contagem regressiva coletiva para o final do ano, pra dar tempo de fazer tudo que precisamos e queremos? Eu me queixo, mas no fundo eu gosto disso. Dá um sentimento de urgência, de deixar tudo pronto e finalizado, zerado, pra começar tudo de novo.
Bom, hoje ainda é dia 8 e tem muito mar pra desbravar.
Pra acabar, fica uma foto do ambiente de uma cliente queridíssima que atendemos e que ficou muito satisfeita. Nós também ficamos, né Lid???
Um beijo!!


10/03/2009

...quem cedo madruga


No último post eu comentei sobre as mudanças que eu estava vivendo. Vim contar um pouco delas aqui. Tenho duas sócias agora. A Angela, na empresa de consultoria ambiental, veio pra somar muito e me ajudar na realização de vários planos. Estamos animadíssimas e cheias de ideias pra fazer acontecer.


A Lídia, bom, nesse caso, fui eu quem me convidei pra entrar na empresa que ela estava montando. Agora somos sócias numa empresa de Organização do Lar.


Ainda estamos em fase de estruturação, (eu e a Angela, eu e a Lídia), mas assim que der faremos uma divulgação oficial para todos, família, amigos, consultores e fornecedores. Prometo!


Contei as novidades para alguns amigos, e ouvi a seguinte pergunta, acho que da Dani: "Você consegue trabalhar mais, além de já trabalhar??" Depois de muitos risos, pensei comigo: Boa pergunta! Parei pra pensar nisso e a resposta que veio a minha cabeça foi: Adoro trabalhar! Talvez mais do que gosto de ganhar dinheiro. Será? Rs rs rs!!! Talvez seja herança genética, pois as mulheres da minha família adoram trabalhar e são muito guerreiras.


Há algum tempo refleti junto com minhas amigas sobre o fato de termos sido uma geração criada para o trabalho. Apesar dos resquícios machistas, pois ainda tinha a regra de que homem pode isso e mulher não pode aquilo, a gente aprendeu que mulher tinha que ter profissão pra não depender dos homens financeiramente. Acho que quem nasceu no final da década de 1960 e começo dos 70 deve estar se identificando um pouco.


Só que em contrapartida, criamos um imenso preconceito com relação às donas-de casa. Puta bobeira. Demorei muito pra perceber isso e mais tempo ainda pra tirar o preconceito de dentro de mim Quando saí de casa percebi que adorava cuidar da casa, o que até então era um saco e uma obrigação das piores. Mas foi só conseguir o meu próprio espaço que percebi que o prazer existia.


Cuidar da casa é full time job, mas sem remuneração. Li um artigo maravilhoso da Nina Horta, de quem sou fã, dizendo que o dia-a-dia da dona-de-casa pode levar à loucura (e no artigo ela fala de uma senhora que tenta o suicídio porque não aguenta mais ter que pensar no que fazer para o almoço E para o jantar...!). Ela conta ainda no artigo que ao entrevistar uma candidata pra uma vaga como empregada doméstica a moça solta o seguinte: "Mas é com penso ou sem penso"... entenderam? Não estou tentando fazer a mea culpa, só reconhecendo o fato.


Agora passo a trabalhar com as duas frentes, a técnica e a doméstica e espero continuar me divertindo com as duas.


Em breve mando o convite pra vocês verem nossos sites. Chiquérrimo!!


Um beijo e bom trabalho!



9/17/2009



Quando comecei esse blog achava que iria conseguir escrever toda semana, mas para o meu descontentamento isso não está acontecendo. Mal tenho conseguido vir aqui uma vez por mês e ainda tem tantas coisas que gostaria de escrever.


Será que todo mundo sofre da mesma falta crítica de tempo? Por que não temos tempo? Me pergunto também se todos tem a sensação de que não dá tempo pra nada e que se o dia tivesse 30 horas ainda seria pouco pra fazer tudo o que queremos e precisamos. É claro que quanto maior a bolsa mais cacarecos a gente enfia dentro dela, mas a verdade é que eu sinto uma agonia de não conseguir fazer tudo o que eu quero, porque o que eu preciso acho que eu dou conta.


Estou vivendo um período de mudanças, que por sinal são bem vindas e há tempos planejadas. Estou cheia de energia e gás pra colocar tudo pra acontecer. Depois eu conto. Como boa geminiana, tenho vontade de começar uma coisa nova por dia, mas acabo me dando conta de que não dá. Não dá tempo, não dá o dinheiro, não dá o fôlego físico mesmo.


Me angustia muito o fato de saber que não vou conseguir fazer tudo o que tenho vontade. Tenho uma lista dentro de mim. Quero fazer um curso de fotografia. Quero ler mais sobre a minha área de trabalho. Quero praticar mais yôga. Quero passar mais tempo com meus amigos e minha família (principalmente com a Isa e o Miguel). Quero fazer um curso de História da Arte. Quero aprender uma nova profissão. Quero imprimir minhas fotos digitais e montar álbuns temáticos. Quero viajar mais com o Kito. Quero fazer um curso de culinária com o Kito. Quero assistir a filmes clássicos. Quero ler mais sobre filosofia.


Coloquei o verbo querer no presente porque a gente (ou eu) tem mania de dizer "queria tal coisa" e dá a impressão de que estamos colocando no passado os desejos e não gosto de pensar que eles não vão acontecer.


Talvez não dê tempo de realizar tudo o que queremos mesmo, porque a vida consome e como já me disseram antes (e talvez eu já tenho dito isso aqui), o grosso da vida é o cotidiano e ele tem que ser bacana. Só isso já é realização a beça!


No fim das contas, acho que a realização do dia foi mesmo ter conseguido postar esse texto!!!


Um beijo!

8/28/2009

O mês do cachorro louco

Dizem que agosto é o mês do cachorro louco. Até onde eu sei, isso vem do fato de que é nessa época em que se vacinam os pets e quem deixa passar da data corre o risco de ficar com um demônio da Tasmânia em casa. Lenda ou ameaça, nunca essa verdade popular se fez tão verdadeira na minha vida. Agosto foi o mês do cachorro louco pra mim.


Pensei em vários ditados populares nesses últimos dias, do tipo "nada está ruim que não possa piorar", pra vocês terem uma ideia de como foi o meu mês.


Pra começar, bom, nem sei mais o que veio primeiro, mas enfim... Há alguns poucos meses a Angela me ensinou a investir na bolsa de valores. Li um livro de "Investimento na Bolsa para Idiotas" e comecei a aventura. Aos poucos fui tomando gosto e adquirindo mais confiança, e passei a operar com um dinheirinho razoavelmente mais significativo, o que não deve ser nem de perto o montante que os grandes investidores lidam todos os dias. Em todo caso, estou eu lá me sentindo uma mulher moderníssima, que sabe até investir e operar seu dinheiro no mercado financeiro, quando num dia em que tudo estava em alta acontece uma queda nos valores das duas únicas ações em que coloquei meu rico dinheirinho e perco uma quantia que é capaz de me deixar mau humorada por dias. Agosto estava começando.


Dias depois descobri uma umidade atrás dos armários do meu closet. Chamei o engenheiro que construiu minha casa e a recomendação foi desmontar o armário pra chegar até a parede. Armário desmontado, estrago visto, resultado: parede quebrada pra chegar até a fonte do vazamento. Mais prejuízo.


Num belo domingo de sol, estamos saindo do restaurante onde havíamos almoçado, Bel, Kito, Angela, Ed e eu, quando a Bel me pergunta: "O carro de vocês está batido?" Conta do almoço: R$ 112,00 de comida + R$ 350,00 de conserto do carro, porque o outro motorista bateu e sumiu, claro. Ainda era 14 de agosto.


E aí o mês se arrasta com mais acontecimentos memoráveis, perrengues com a família e novos pepinos cabeludos no trabalho, que até então parecia ir bem e correndo a favor do vento.


Mas eis que surge o oásis no deserto e uma trégua me foi dada. No dia 20 o Sérgio tocou com a banda no Barril da Máfia, um bar bacana aqui de Campinas. Pra quem não sabe, o Sérgio tem uma banda de pop/rock, Termo Técnico, juntamente com mais quatro amigos engenheiros, daí o o nome da banda. Naquela quinta-feira a noite, de frio e chuva, o sol brilhou por algumas horas, enquanto dançávamos e cantávamos, esquecendo qual era o dia, o mês e o ano em que estávamos.


Pra ajudar a melhorar o humor, uma caravana de amigas se formou, Lidia e a Angela foram comigo pra São Paulo no dia 22 e depois de algumas obrigações resolvidas, fomos buscar a Bel e a Ci para um sábado paulistano. Almoçamos na Vila Madalena, passeamos na praça "Bento" Calixto e subimos até o apartamento do Marcão para uma cerveja e bate-papo. Pronto, o dia perfeito, com as pessoas perfeitas. Um novo fôlego pra aguentar até o mês terminar.


Mas como agosto ainda não acabou, recebo a notícia de que o Miguel se machucou, caiu e bateu o cotovelo no chão. Saldo dos primeiros passos autônomos (ele começou a andar no início do mês): uma tala e uma tipóia.


Bom, acho que já chega de problemas e como hoje já é dia 29, espero não ter que começar o próximo post contando das últimas horas e surpresas que ainda tive nesse mês.


Com meu patuá nas mãos, deixo um beijo pra todos!!


P.S. Essa semana consegui recuperar o dinheiro perdido na bolsa. Setembro já vem dando as caras.


8/04/2009

Minhas férias













Lembra quando a gente voltava de férias e a primeira coisa que a professora de português mandava fazer era aquela redação contando como foram as férias? Título: Minhas férias... É claro.


Isso acontecia até os primeiros anos do ginásio (que agora não é mais ginásio) e todo ano fazíamos as tais redações, recheadas de aventuras, imaginárias ou não, de saudades de poder sair da rotina e só brincar, brincar, brincar.

Minhas melhores lembranças são das férias na praia (Grande), pra onde eu ia com a família em julho e janeiro/fevereiro. Lá passei os melhores anos de minha infância e fiz minhas amizades mais queridas e sólidas, que me acompanham até hoje e que volta e meia eu menciono aqui nesse blog.

A gente não tinha hora pra nada. Aparecíamos em casa quando tínhamos fome e éramos obrigados, literalmente, a tomar banho e dormir. Nem vou tentar listar tudo o que a gente fazia e aprontava, só dizer que era bem menos do que a energia permitia.

Depois que se cresce as férias são diferentes e você se dá por feliz quando consegue tê-las, tamanha a correria da vida. Em compensação, de dois anos pra cá tenho vivido uma experiência diferente, que é receber minha sobrinha Isa aqui em casa no seu período de férias escolares de julho (o que explica o meu sumiço nesse mês).

Alguns dias antes dela chegar estava eu me pegando mais ansiosa do que o normal, pois lembrei de como havia sido gostoso no ano passado e fiquei planejando novas aventuras pra gente viver.

Como sou autônoma, consegui fazer alguns malabarismos no trabalho pra ficar com ela o máximo de tempo possível e assim nos divertimos e passeamos bastante.


Esse ano teve festa do pijama, bolo de chocolate com aula de matemática, banho de banheira teatral, cinema 3D, ensaio da banda do tio Sérgio e Imagem e Ação com direito a muita risada dos desenhos atrapalhados da vovó.


Momentos inesquecíveis, registrados em máquina fotográfica digital e no coração.

Espero que tenha sido tão bom pra Isa quanto foi pra mim, assim como a vez em que ganhei minha primeira bicicleta e aprendi a andar nela, sem rodinhas, com a ajuda do meu avô, lá na praia. Assim como a vez em que eu estava explorando lugares proibidos com meus amigos e descobrimos um lugar lindo e que passamos a chamar de "colchão verde gramado", lá na praia.


Quando a Isa estava pra ir embora, eu fiz aquela cara triste e choraminguei... "Não vai embora. Fica!" e ela me respondeu: "Não fica triste. No ano que vem eu volto!"


Então até lá, o tio Sérgio e eu estaremos te esperando aqui, na casa da praia de Campinas.


Um beijo da tia Gi!

7/08/2009

Na alegria e na tristeza



Adoro casamentos e sempre me emociono. Choro quando a noiva entra, choro quando os noivos dizem o sim e, principalmente, quando termina a cerimônia e eles recebem os cumprimentos da família, que sempre está emocionada também...


Já tive a chance de ir ao casamento de pessoas muito queridas e esses são ainda mais emocionantes. O casamento do meu irmão, da Dani e do Zé, da Fê e do Flávio, do Fábio e da Soraia, do Lu e da Fabi, da San e do Léo, da Mariana e do Danilo, e há alguns dias atrás o da Camila e do Mau (com direito ao Miguel segurando a caixinha das alianças, lindo!!!!).





Daqui a alguns dias quem casa é o meu primo Danilo e a Grasi. Mais choradeira...




Não sei bem de onde vem essa emoção toda e porque fico tão tocada com o casamento, já que a minha primeira referência, infelizmente, não foi muito duradoura, pois meus pais se separaram quando eu tinha apenas um ano de idade.



Cresci dizendo que casamento não era condição de felicidade. De fato não é, porque acredito que a felicidade seja construída de forma singular para cada um e não necessariamente o casamento está inserido nisso.




Como decidi jogar nesse time, costumo dizer que o casamento é o terceiro ser na relação, que precisa ser alimentado, cuidado e ouvido. Dá trabalho. O seu Walter, o pai da Cris, disse que "o casamento é concessão". Concordo.


É o exercício de manter a bolinha do jogo de frescobol sempre no ar, como escreveu o Rubem Alves e que o Sérgio adora lembrar: "Não pode ser jogo de tênis, tem que ser frescobol"!!!!!


A verdade é que não tem fórmula (com o perdão do clichê) e cada casal tem sua cultura e dinâmica, que as vezes, aos olhos externos parece ser impossível de funcionar, mas está lá, funcionando muito bem, muito obrigada.


Mas sei que o mundo se divide em relação ao assunto. Depois que o Sérgio e eu decidimos nos casar, parte da decisão implicou em minha mudança para Campinas e tive que pedir demissão do emprego. Quando fui contar pro meu chefe, comecei o discurso dizendo: "Tenho uma boa e uma má notícia pra te dar. A boa é que vou me casar e a má é que eu vou ter que deixar o emprego e me mudar pra Campinas." No que ele me respondeu: "Tem certeza de que não é o contrário?" E eu assustada: "Hein?? Como assim????"


Tá bom. Que seja.


Eu vou continuar me emocionando a cada "sim, eu aceito", e pretendo seguir jogando o frescobol, tentando manter a bolinha no ar...

Um beijo,


Gi


7/03/2009

Aquele momento

O que faz com que alguns momentos sejam tão especiais? Difícil colocar em palavras, já que isso é mais do que pessoal pois carrega razões diferentes para cada um. Além de ser uma combinação de sensações, impressões, e uma mágica efêmera que acontece por acaso e transforma um evento comum em um momento especial.

Durante a nossa viagem para a Europa, em abril/maio desse ano, vivi alguns desses instantes inesquecíveis, que como eu já disse, são difíceis de explicar e às vezes só faz sentido pra gente, que estava ali vivendo ou sentindo aquilo.

Um deles foi num sábado em que decidimos ir até Stonehenge. Só de estar ali já era suficientemente surreal. Sabe aquelas coisas que você acha que são tão distantes e que nunca cogitou conseguir realizar?? Pois é. Ir a Stonehenge foi assim pra mim, quase como estar na Lua. Para alguns pode parecer exagero, mas pra mim foi incrível.

Durante o passeio, tive oportunidade de ficar mais tempo com a Sofia, filha mais velha do Alex e da Débora, nossos amigos em Londres, que nos receberam com muito carinho. De Stonehenge fomos até Oxford, que eu também adorei. Lá, a certa altura, eu e a Sofia já estávamos grudadíssimas e ela me pergunta: "Gi, do you like me??" Eu mais do que depressa respondi: "Claro que eu gosto de você!! E muito!!!" Pronto, meu dia estava mais do que recheado de boas lembranças.

Mais tarde, já de volta a Londres, o Alex nos deu uma carona até o metrô, de onde iríamos nos encontrar com outros amigos. A Sofia pediu pra nos acompanhar e fomos no banco de trás conversando sobre preferências... qual o seu bicho preferido? sua cor?? etc... Quando chegamos ao metrô, eu estava me despedindo dela, e essa menininha linda, de apenas sete anos, me olha nos olhos e me diz: "Gi, I love You!!!" Assim, espontaneamente... coração mais escancarado impossível!! Com os olhos cheios de água, dei um beijo nela e agradeci aquele amor tão puro dizendo que também a amava e que aquele dia tinha sido muito especial pra mim. E como poderia não ter sido depois disso??


Houve mais alguns desses ao longo da viagem, e sem dúvida o mais bonito foi no jardim do Museu do Rodin, mas esse merece um texto a parte.


Lembro de um outro em especial. Estávamos em Paris e fomos passear em Montmartre. Era feriado e a cidade estava fervilhando de gente nas ruas. Quando subimos até a Sacre Coeur a escadaria estava lotada de gente, "assistindo" a vista de Paris, que estava banhada pelo sol da tarde. Nos sentamos ali também, no meio do povo e de repente surge um artista de rua, com um violão e um microfone. Ele começou a cantar aquelas músicas que em qualquer lugar do mundo todo mundo sempre sabe e canta junto. E ficamos ali, cantando, junto com gente de vários lugares do mundo, olhando Paris dali de cima e curtindo o sol...


Os momentos bons são assim, vem sem avisar e marcam a gente com essa sensação boa que fica sempre. Claro que tem coisas que por si só já se sabe que serão boas, como a cerveja de sexta-feira. mas ainda assim, tem aquele momento em que a gente se vê envolvido em uma atmosfera de riso contagiante, que é sempre, sempre bom.
Teve uma dessas sextas-feiras em que saí com amigos novos, daí aconteceu um desses momentos. Sair com amigos novos é sempre uma surpresa, porque a gente descobre outras afinidades além daquela principal que nos uniu inicialmente (nesse caso, o amor ao flamenco). E lá pelas tantas estávamos rindo de histórias de pinguins na Antártica, do medo de morrer em um acidente de avião sem comer chocolate por mais de sete meses, de calopsitas fujonas e de abelhas, muitas abelhas... Eu sei, parece conversa de doido, mas acho que foi essa mistureba de assuntos que fez acontecer nessa sexta-feira um desses momentos de que falei aqui...

Um beijo!!!

Gi




6/26/2009

Parabéns pra você


Oi,


Na semana passada fiz 38 anos. Não foi uma semana fácil e acho que atravessei aquele período que muitos chamam de "inferno astral", sem contar o ocorrido com o computador, que por sinal aconteceu no DIA do meu aniversário.


Nunca entendi bem o significado do tal inferno astral, até porque não acredito em astrologia (Cris, você está lendo isso!!??!!). Mas de qualquer forma, o fato é que, apesar de adorar o dia do meu aniversário e ter o costume de comemorar com os amigos e a família, seja com festa ou apenas com aquele "bolinho", fico mais tensa nessa época e de uns anos pra cá a coisa tá ficando um pouco mais complicada.


Tenho feito muitas reflexões nesse período e acaba batendo uma tristeza e uma nostalgia. Tristeza inevitável pelo filho que não veio, e que a essa altura da vida já deveria estar fazendo parte dela. E a nostalgia... bom, a palavra por si só já se explica.


Talvez seja uma crise pré-quarenta que se aproxima. Não sei. Mas acho que envelhecer tem dessas coisas mesmo, a gente passa a ter certa pressa de realizar e já começa a se lembrar do que já está feito.


Mas pra não dar um ar muito pesado pro texto e salvar o dia, devo dizer que adorei cada aniversário que fiz, cada ano vivido e comemorado e acho que no final das contas isso já é um lucro danado, ir olhando pra vida e gostar do que se vê.


Tenho ainda outra coisa pra colocar na roda antes de ir. É o Parabéns pra Você. Eu já tinha decidido que não queria mais ouvir a famigerada música na hora do bolo. Que fazer "três oitão", como bem foi batizada a idade pela San e pela Bola, já era a deixa pra acabar com o hábito. Sem contar com o fato de que nessa hora bate uma timidez que não me é típica. Quem me conhece sabe, sou tudo, menos tímida. Mas fico tímida e não há santo que me ajude a descontrair.


Queria cortar o bolo e pronto, e ir servindo para aqueles que estivessem ali. Mas não tive sucesso na empreitada e mesmo quando eu já havia feito o primeiro corte no bolo (depois de fazer o pedido mentalmente, porque esse eu não deixo de fazer), apareceu uma vela daquelas que parecem fogos de artifício e o coro começou. Tentei mostrar desagrado e fiz cara de choro, mas segundo o Sérgio, resistir é pior e demora mais pra terminar. Tudo acabado e bolo sendo servido, a vida voltou ao normal, a timidez passou e retomei a conversa com as pessoas ao redor.


Agora, escrevendo esse texto, estou pensando o seguinte: "Ok! Não vai ter jeito. Sempre haverá o parabéns pra você." Já que vai ser assim, acho que o melhor a fazer é tentar vencer a timidez do momento e aproveitá-lo. Por que não olhar nos olhos das pessoas queridas que estão lá por você e agradecer aquele montão de carinho com um sorriso?? Talvez isso torne o momento mais gostoso e com certeza mais marcante.


No ano que vem eu conto como foi.


Um beijo!


Gi




6/22/2009

Ficar sem computador

Oi,

Na semana passada o meu HD foi pro beleléu... fiquei sem computador. Abri um e-mail enviado pelo Sérgio (que na verdade foi enviado por um vírus) e daí pra frente a história é aquela sequência clássica de acontecimentos relacionados ao tema: Uma leve bronca do técnico, porque, é claro, meu back up não estava em dia; O medo de perder todos os arquivos de trabalho e mais um milhão de fotos digitais (quem disse que isso melhorou a vida da gente??); enfim, toda a sua vida colocada em 120Gb. Não sei se isso é muito ou é pouco, mas era a minha vida profissional e pessoal que estavam ali.

Acho que nem preciso dizer que sou do tipo que não entende de computador, apenas sei o básico e odeio quando "dá pau", porque espero que ligar e desligar seja mais do que suficiente pra coisa funcionar como deve.
A história termina assim: agora são dois HD's, um na máquina e outro externo, pra ver se agora aprendo a fazer back up e não ficar refém de computador. Como se isso fosse realmente possível.
Imaginem a tortura de ficar sem poder trabalhar, ficar sem internet e sem ler e mandar e-mails por 4 dias. No início foi mais difícil e cheguei ao desespero, mas depois percebi que o controle estava comigo, que tinha jeito pra tudo. Diagnostiquei nisso uma tremenda dependência, daquelas de dar crise de abstinência brava nas primeiras 24 horas.

Me lembro de quando a maior dependência que a gente tinha era a do telefone fixo (na época só se falava telefone, não precisava identificar se era móvel ou fixo, porque celular não existia). Eu ficava por horas a fio no telefone com a Ci e a San, anos depois com a Bel e por fim (já na época da faculdade) com a Cris (na verdade com a Cris eu fico até hoje). Ficar sem falar ao telefone com as amigas era uma verdadeira tortura, pois você se sentia excluída dos últimos acontecimentos e isso era, simplesmente, inadmissível.
Não vou ficar fazendo apologia do tipo "no meu tempo"... só de começar a frase já dá arrepios. Mas a verdade é que as coisas mudam com uma velocidade louca e quando a gente se dá conta já está envolvido pelo novo modo de viver e de fazer as coisas. Mas até que ponto a gente consegue absorver tanta tecnologia nova??
Meu avô dizia que não queria aprender a usar o computador porque já tinha chegado até a fase da máquina de escrever elétrica, e que para ele isso já estava bom demais. O Sérgio não consegue trabalhar com o msn ativado, assim como eu, porque tira a atenção daquilo que se está fazendo e muito estímulo não ajuda a gente a pensar. Mas a geração posterior a nossa consegue fazer isso e muito mais coisas ao mesmo tempo, já nasceram na era do computador.
Será que todos nós teremos o nosso momento "cheguei na máquina de escrever elétrica e pra mim já está bom", como teve meu avô (que saudades, por sinal)???
Não sei de vocês, mas eu acho que terei sim o meu, mas até lá ainda terei que me adaptar a mais tecnologias imprescindíveis para nossa sobrevivência e aprender com mais alguns erros (o do back up desatualizado espero não repetir), que farão com que eu me sinta tão refém quanto me senti na semana passada...
Beijos virtuais pra todos!!!!
(que ironia, né?)
P.S. Escolhi a foto acima porque 0 carro quebrou na serra indo pra Visconde de Mauá e tivemos que alugar o quadriciclo para podermos nos locomover. Tem jeito pra tudo, mesmo!!!

6/10/2009

Para começar




Oi,


Achei que o melhor jeito de começar seria agradecendo pelo incentivo de fazer esse blog.

Vim parar aqui porque me disseram que eu escrevo bem, mas tenho minha razão no lugar e acho que no fundo a linguagem internauta acabou com a forma de se escrever direito, então... em terra de cego...

Sempre gostei de escrever cartas e comecei cedo, com minhas amigas queridas de infância, Ci e San. Continuo até hoje, mando cartas para minha sobrinha, Isa, na esperança de que ela as guarde com carinho em uma caixa colorida, com mais outras lembranças preciosas... e que vá lá olhar de tempos em tempos, percebendo que o recheio da caixa vai crescendo, que o tempo vai passando, e que é gostoso reler, sentir o cheiro do papel e recordar aquelas letras, aqueles momentos.

Pretendo escrever cartas para o Miguel também, assim que ele começar a ler, é claro!

Como diz o sub-título do blog, ainda não sei bem o que vou escrever aqui, então, peço para aqueles que vierem me visitar nesse espaço que tenham paciência comigo, até o blog tomar forma e seguir sua direção natural.
A princípio vou escrever sobre o que sei escrever e falar melhor, sobre o cotidiano e sobre as pessoas. Que pessoas? Não sei. Quem estiver por perto, quem me deixar contar aquele caso, quem estiver rondando meus pensamentos no momento.

Mas o motivo desse primeiro post era agradecer e eu já me perdi no meio dele (pra quem não sabe, digressão é meu sobrenome). Obrigada. Em especial ao Kito, mas também não posso deixar de agradecer a Angela, que sempre elogia os relatórios de final de semana (depois eu conto o que é isso).

Obrigada a vocês também, por terem vindo até aqui.

Um beijo!!!